United States of Tara é uma comédia (palavras da própria Showtime) de vinte minutos sobre uma mulher chamada Tara (Toni Collete), que é casada com Max (John Corbett) e possui dois filhos, Kate (Brie Larson) e Marshall (Keir Gilchrist). A cada episódio somos apresentados aos mais variados problemas do cotidiano dessa família, os quais acabam se tornando maiores do que já eram pelo simples detalhe de Tara sofrer de Transtorno Dissociativo de Indentidade (TDI), fazendo com que ela possua personalidades múltiplas, o que, à primeira vista, pode parecer uma premissa bem bizarra, mas se olharmos mais de perto, a série é apenas um retrato falado daquilo que mais desejamos: A busca pelo auto-conhecimento.
Uma vez alguém disse que "o homem é um universo numa unidade", o que é a mais pura verdade, eu não discordo. Porém, conseguir exemplificar essa metáfora e dar a ela um sentido literal tão visível e digamos, compreensível, deve ser um trabalho realmente árduo, mas Toni Collete, Diablo Cody e um pouco de Steven Spilberg, mostraram isso - em apenas 13 episódios - com brilhantismo e qualidade que eu não poderia deixar de elogiá-los menos nesta resenha.
O que você faria se possuísse uma válvula de escape para os momentos mais difíceis na vida, e assim, deixar que outra "pessoa" assuma o controle de suas ações por algum tempo? Pois é assim que funciona com Tara, personagem protagonizada pela excelente Toni Collete, atriz que faz parecer brincadeira de criança atuar. Após viver um trauma na sua adolescência esquecida, Tara adquiriu o TDI, e agora, T, Alice, Buck e quem mais estiver naquele universo complexo fazem parte de sua vida para assumir as rédeas da situação quando se é preciso. É claro que esta doença, se é que podemos chamar assim, afeta diretamente os membros da família, mas esta é de total apoio a sua matriarca e seu pequeno distúrbio.
Sabe o que é engraçado? Sou eu imaginando vocês se perguntando onde raios entra a parte cômica, até porque, eu mesmo me fiz esta pergunta. UST não é uma comédia convencional, onde risadas vão aparecer a toda hora como em uma sitcom, não espere por isso. A carga dramática se faz mais presente que qualquer outra coisa aqui, entretanto, não se pode esquecer dos toques de humor negro da série, quesito que pelo visto, não falta em nenhum seriado da Showtime. Outro ponto a ser levado em questão é sua "naturalidade" em retratar algum tema, e é justamente aí que UST me conquistou.
Se fosse em qualquer outra casa, aposto que a homossexualidade do filho de Tara, Marshall, seria aprofundada e nos levaria ao lugar-comum que estamos praticamente cansados de assistir. Mas em UST não. Não houve ao menos nenhuma referência falada, excetuando por sua irmã, à preferência sexual do garoto. No começo, você apenas desconfia, e com o passar dos episódios, o fato fica exposto quando Marshall se apaixona pelo colega da peça religiosa e acabam transando. Ou seja, os pais sempre souberam, e nós sempre soubemos, porém, o costume que temos ao presenciar este tipo de plot impediu que víssemos como os produtores de Tara usaram esse artifício não para moralizar sobre preconceito e coisa e tal, mas sim, mostrar um novo tipo de visão a respeito do assunto, e colocá-lo do modo mais normal possível dentro da sociedade - algo que ainda está longe de acontecer.
O maior atrativo na série, lógico, é o problema da protagonista. O alter-ego 'T' é uma adolescente irresponsável, 'Alice', uma dona de casa a moda antiga que tem como principal objetivo, agradar a todos de sua família, e por fim, 'Buck', uma personalidade homem, que vivenciou a Guerra Civil, e essa é sua desculpa para a ausência de seu pênis. Cada uma dessas pessoas mostra um lado que Tara também possui quando está no seu estado normal, sem levarmos em consideração os exageros é claro. Contudo, não pense você, que só porque não sofre de TDI, não conseguirá uma identificação com a protagonista, muito pelo contrário, todos nós possuímos nossos outros 'eus', mas diferente de Tara, geralmente os escondemos, por quaiquer que sejam os motivos, o que acaba por nos deixar sem o conhecimento de si próprio, feito que tanto almejamos.
United States of Tara terminou sua segunda temporada esse ano, e Toni Collete já está em sua segunda indicação ao Emmy (sendo que já ganhou uma estatueta). E antes de terminar esse post, eu faço um apelo para que você dê uma chance ao vasto universo de Tara, garanto que ele te conquistará logo no episódio piloto, assim como aconteceu a mim, mas se isso não acontecer continue, uma hora você cai nas graças dessa família e não irá querer mais largar.
O que você faria se possuísse uma válvula de escape para os momentos mais difíceis na vida, e assim, deixar que outra "pessoa" assuma o controle de suas ações por algum tempo? Pois é assim que funciona com Tara, personagem protagonizada pela excelente Toni Collete, atriz que faz parecer brincadeira de criança atuar. Após viver um trauma na sua adolescência esquecida, Tara adquiriu o TDI, e agora, T, Alice, Buck e quem mais estiver naquele universo complexo fazem parte de sua vida para assumir as rédeas da situação quando se é preciso. É claro que esta doença, se é que podemos chamar assim, afeta diretamente os membros da família, mas esta é de total apoio a sua matriarca e seu pequeno distúrbio.
Sabe o que é engraçado? Sou eu imaginando vocês se perguntando onde raios entra a parte cômica, até porque, eu mesmo me fiz esta pergunta. UST não é uma comédia convencional, onde risadas vão aparecer a toda hora como em uma sitcom, não espere por isso. A carga dramática se faz mais presente que qualquer outra coisa aqui, entretanto, não se pode esquecer dos toques de humor negro da série, quesito que pelo visto, não falta em nenhum seriado da Showtime. Outro ponto a ser levado em questão é sua "naturalidade" em retratar algum tema, e é justamente aí que UST me conquistou.
Se fosse em qualquer outra casa, aposto que a homossexualidade do filho de Tara, Marshall, seria aprofundada e nos levaria ao lugar-comum que estamos praticamente cansados de assistir. Mas em UST não. Não houve ao menos nenhuma referência falada, excetuando por sua irmã, à preferência sexual do garoto. No começo, você apenas desconfia, e com o passar dos episódios, o fato fica exposto quando Marshall se apaixona pelo colega da peça religiosa e acabam transando. Ou seja, os pais sempre souberam, e nós sempre soubemos, porém, o costume que temos ao presenciar este tipo de plot impediu que víssemos como os produtores de Tara usaram esse artifício não para moralizar sobre preconceito e coisa e tal, mas sim, mostrar um novo tipo de visão a respeito do assunto, e colocá-lo do modo mais normal possível dentro da sociedade - algo que ainda está longe de acontecer.
O maior atrativo na série, lógico, é o problema da protagonista. O alter-ego 'T' é uma adolescente irresponsável, 'Alice', uma dona de casa a moda antiga que tem como principal objetivo, agradar a todos de sua família, e por fim, 'Buck', uma personalidade homem, que vivenciou a Guerra Civil, e essa é sua desculpa para a ausência de seu pênis. Cada uma dessas pessoas mostra um lado que Tara também possui quando está no seu estado normal, sem levarmos em consideração os exageros é claro. Contudo, não pense você, que só porque não sofre de TDI, não conseguirá uma identificação com a protagonista, muito pelo contrário, todos nós possuímos nossos outros 'eus', mas diferente de Tara, geralmente os escondemos, por quaiquer que sejam os motivos, o que acaba por nos deixar sem o conhecimento de si próprio, feito que tanto almejamos.
United States of Tara terminou sua segunda temporada esse ano, e Toni Collete já está em sua segunda indicação ao Emmy (sendo que já ganhou uma estatueta). E antes de terminar esse post, eu faço um apelo para que você dê uma chance ao vasto universo de Tara, garanto que ele te conquistará logo no episódio piloto, assim como aconteceu a mim, mas se isso não acontecer continue, uma hora você cai nas graças dessa família e não irá querer mais largar.